sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sessão Solene da Câmara de Vereadores de Porto Velho em 10 de julho de 2012


A Câmara de Vereadores do Município de Porto Velho, por iniciativa da vereadora Mariana Carvalho, realizou no último dia 10 de julho de 2012 a Sessão Solene do aniversário de Nacionalização e homenagem ao Centenário da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.

Na ocasião também foi realizada a entrega da Distinção da Honorífica a algumas personalidades que de alguma forma estiveram ou ainda estão envolvidas com a a Madeira-Mamoré, mais especialmente os pioneiros da ferrovia centenária.


Junto com o Forte Príncipe da Beira em Costa Marques/RO, a Madeira-Mamoré é o mais importante patrimônio histórico-cultural de Porto Velho e um dos mais relevantes do Brasil, considerando a audácia e aventura que foi construí-la em meio à floresta Amazônica selvagem e isolada.

Em meio a muitos prós e contras a Madeira-Mamoré possui uma história fantástica, que ao mesmo tempo em que surpreende também encanta e emociona. Verdadeiramente sua construção foi uma epopéia que até hoje desperta interesse e curiosidades naqueles que se propõem em conhecê-la um pouco mais.

A fim de instigar uma boa pesquisa, aqui vão alguns fatos e situações interessantes sobre a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré:

- Teve suas primeiras tentativas de construção no final do Século XIX comandada pelo coronel estadunidense George Earl Church;
- Foi Dom Pedro II quem concedeu a autorização para a construção da ferrovia em solo imperial brasileiro;
- Os primeiros recursos para sua construção foi arrecadado no Reino Unido, possuindo na época ações na Bolsa de Valores de Londres; 
- O estadunidense Thomas Collins, um dos donos da empreiteira P&T Collins chegou a se instalar no canteiro de obras, entretanto, mais tarde veio a ser atingido por duas flechas indígenas;
- A ferrovia foi finalmente construída entre 1907 e 1912, tendo a concessão para construção e exploração o milionário estadunidense Percival Farquhar, que constituiu a empresa The Madeira-Mamoré Railway Company;
- Estiveram no canteiro de obras operárias oriundos de cerca de 50 nacionalidades diferentes;
- As principais dificuldades durante a construção foram o local (floresta imensa, desconhecida e isolada), doenças (malária, febre amarela, beribéri...), animais selvagens, índios também selvagens, condições de trabalhos, entre outras.
- Ouve-se dizer que a construção da ferrovia Madeira-Mamoré teria batido o recorde mundial de acidentes de trabalho;
- Trabalhadores recrutados na Europa desertavam logo no porto de Belém quando tinham notícias das condições do canteiro de obras da Madeira-Mamoré;
- Há comentários de que The Madeira-Mamoré Railway poderia ter respondido por genocídio, uma vez que a empresa determinava a eletrificação dos trilhos à noite, a fim de evitar que os índios tirassem os dormentes colocados de dia... Muitos índios Caripuna deles teriam morrido eletrocutados;
- A tecnologia adotada na construção foi a estadunidense com importação de maquinário principalmente da Filadélfia;
- No período final da construção a cidade de Porto Velho, criada em decorrência da Madeira-Mamoré, era tida como de primeiro mundo, com fábrica de gelo, lavanderia, complexo hospitalar, e dois jornais publicados em inglês, o The Porto Velho Times e o The Porto Velho Courrier;

Estes foram apenas alguns de muitas situações e ocorrências que valem a pena serem conhecidas, além de mostrarem o quanto esta ferrovia tem uma relevante história que deveria compartilhada com todos os brasileiros de norte a sul.

Neste ano de 2012 a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré comemora o seu primeiro centenário, havendo duas datas de referência, a primeira foi 30 de abril de 2012, data dos 100 anos a partir de conclusão dos trabalhos; e a segunda será 1º de agosto de 2012, data dos 100 anos a partir da inauguração da ferrovia.

E em meio às atividades comemorativas do centenário também estão a todo vapor os trabalhos em prol da candidatura da Madeira-Mamoré a Patrimônio da Humanidade junto à UNESCO, o que nada mais seria do que uma homenagem digna aos brasileiros e estrangeiros que deram suas vidas para a conclusão deste ambicioso projeto, bem como certamente garantirá a mantença e preservação do que sobrou do acervo ferroviário, tendo em vista que a própria UNESCO pressionaria com rigor as autoridades locais a criarem e executarem políticas públicas de conservação do então Patrimônio da Humanidade.

É sabido que muito se perdeu da imponente Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, principalmente em decorrência do desapreço e negligência do Governo Brasileiro e governos locais em relação à história e cultua do povo de Rondônia, portanto esta é a oportunidade de todos se unirem em prol do reconhecimento da Madeira-Mamoré pela UNESCO a fim de enaltecemos a memória de nossos antepassados, e também proteger o que ainda está de pé ou ainda é recuperável.

Neste primeiro passo já está aberta a coleta de assinaturas junto a uma Petição que será apresentada a Excelentíssima Senhora Presidenta da República Dilma Rousseff e também ao Representante da UNESCO no Brasil pleiteando o reconhecimento da Madeira-Mamoré como o mais novo bem brasileiro a ser tido Patrimônio da Humanidade, gozando não apenas do reconhecimento, mas também da proteção por parte daquela entidade internacional.

Procure se informar mais e assine a petição. Dê seu apoio, e participe deste momento histórico para Porto Velho; Rondônia; para a Amazônia!

Viva a Madeira-Mamoré!!!

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