segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Porto Velho recebeu em 2017 quase R$ 60 mi das duas UHE's que tem no município

Segundo o relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, o município de Porto Velho teria recebido em 2017 a quantia de R$ 57.667.610,16 em royalties pagos pelas duas hidrelétricas que tem em seu território: UHE de Santo Antônio e a UHE de Jirau. Nesse mesmo ano o Estado de Rondônia teria recebido a mesma quantia, ou seja, mais R$ 57.667.610,16, totalizando R$ 115.335.220,32 a serem investidos no Estado. Já a União teria sido pago pelas duas hidrelétricas o total de R$ 28.833.805,08.

Com a exploração de recursos hídricos, as usinas hidrelétricas ficam obrigadas a pagar royalties ao Município (45%), Estado (45%) e União (10%), a fim de que invistam em obras de compensação.

Royalties é uma palavra em inglês que significa regalia ou privilégio. Consiste em uma quantia que é paga por alguém ao proprietário pelo direito de usar, explorar ou comercializar um produto, obra, terreno, etc. Esta palavra é o plural de royalty, que significa realeza.






domingo, 15 de outubro de 2017

Casarão dos Ingleses em Porto Velho



Chegamos até o "Casarão dos Ingleses" através de uma pequena trilha atrás do Monumento ao Primeiro Centenário da Independência do Brasil (1822-1922) no povoado de Santo Antônio. Antes a trilha estava isolada, pois até então avisos diziam se tratar propriedade da Hidrelétrica de Santo Antônio.

CONFIRA O QUE UMA PUBLICAÇÃO NO SITE GENTE DE OPINIÃO FALA SOBRE A CONSTRUÇÃO

1959
Manoel Rodrigues Ferreira, em "A Ferrovia do Diabo", 4ª edição, pág. 130 transcreve parte do livro de Bernardo da Costa e Silva, intitulado "Viagens no Sertão do Amazonas", publicado na cidade do Porto, em Portugal, em 1891, onde se lê que o autor ao descrever o povoado de Santo Antônio nos fala do Casarão da seguinte maneira:

Mais adiante, havia outra grande casa num alto, que desfrutava toda a entrada do porto, e nela eram os escritórios principais da companhia no primeiro andar, e no segundo, residência.

 A Companhia a qual se refere Bernardo da Costa e Silva é a P. T. Collins, de propriedade dos irmãos Phillip e Thomas Collins (e não Paul e Tom Collins como quer um certo jornalista), cujos engenheiros chegaram a Santo Antônio no dia 19 de fevereiro de 1878, passaram a ser chefiados por Thomas Collins a partir de março, e partiram em 19 de agosto de 1879, vencidos pelas doenças e as péssimas condições de trabalho.

Neville B. Craig, engenheiro sobrevivente da P. T. Collins, publicou em 1907, o livro "Estrada de Ferro Madeira-Mamoré - História trágica de uma expedição", traduzido e publicado no Brasil pela Companhia Editora Nacional em 1947, onde se lê na página 198, a primeira notícia sobre a construção do Casarão, em 19 de março de 1878, logo após chegada de Thomas Collins:

Sobre um elevado outeiro de onde se avistava o rio com suas cachoeiras, para cima e para baixo, foram lançadas as fundações para o edifício central da administração da estrada. Ao contrário das outras, esta construção deveria ser de natureza permanente. Fora projetada para se destacar como o prédio mais evidente do lugar: dois andares circundados por varandas com 3 m de largura. O primeiro pavimento destinava-se exclusivamente a escritórios e o segundo seria dividido em cômodos  espaçosos e serviria de residência aos principais funcionários da estrada, em Santo Antônio.

Praticamente todos os escritores que passaram por Santo Antônio, depois da P. T. Collins, falaram do Casarão solidamente edificado em frente à cachoeira de Santo Antônio. Porém, vamos continuar com as informações de Neville Craig e a descrição que ele faz ao voltar de Jaci Paraná, na página 354 do seu livro:

Ao desembarcar em Santo Antônio, no dia 11 de outubro de 1878, vimos que a construção primitivamente usada para sede dos engenheiros fora abandonada. O novo prédio do escritório estava terminado e nele se instalaram os engenheiros, empreiteiros e empregados.

Conquanto destituído de qualquer ornamentação, o edifício era sólido, admiravelmente adaptado ao clima, muito bem localizado e consideravelmente superior a qualquer outro existente nas margens dos rios, acima do Pará.

Neville B. Craig segue descrevendo as particularidades do prédio, as quais deixamos de nomear por fazerem parte das primeiras citações, no entanto, o que nos chama a atenção é que o prédio é descrito com "de dois andares circundado por varandas de 3 m de largura" e o tempo recorde (19 de fevereiro a outubro de 1878) em que ele foi construído.

A importância da informação de Craig é nos levar à conclusão de que a edificação era retangular ou quadrada e, portanto, não possuía os acréscimos laterais que se observa hoje, e a ausência das varandas laterais nos dois pavimentos do prédio, restando apenas no lado da cachoeira, vestígios dessas varandas na parte inferior.

Considerando, portanto, a informação de quem participou indiretamente da construção do Casarão, no mês de outubro de 2008, o prédio em questão estará completando 130 anos de existência.

Assim, senhores funcionários de Furnas, acreditamos estar esclarecido que o Casarão foi construído pela P. T. Collins, em-presa americana e não pelos ingleses.

Consta dos estudos para construção das hidrelétricas que o casarão será "reconstruído" (construído uma réplica) em outro lu-gar, o que nos leva à conclusão de que o verbo "reconstruir" está empregado de maneira incorreta, na tentativa de enganar os su-postos incautos filhos desta terra.

Em sendo verdade esta "reconstrução nas proximidades do local atual", só nos resta dizer que qualquer imbecil sabe que não terá nenhum valor histórico. Sabe-se, também, que hoje existem técnicas que permitem mudar de local aquele prédio, sem prejuízo para as tradições históricas do nosso povo.

OUTRO VÍDEO

FOTOGRAFIAS














Repórteres da SICTV (RecordTV) em Porto Velho



Neste vídeo apresentamos os repórteres da afiliada da RecordTV em Rondônia, SICTV, que trabalham em Porto Velho. 

SAIBA MAIS SOBRE A SICTV
A SIC TV (a antiga TV Candelária), afiliada há 23 anos a Record, com suas 22 emissoras, forma hoje a maior rede de televisão do estado, todas elas interligadas via satélite e produzindo a maior e melhor programação regional em Rondônia.

A emissora conta ainda com a melhor e mais consagrada equipe de televisão do Estado, sendo consenso em todas as camadas e classes sociais, a credibilidade e o profissionalismo de seus mais de 200 profissionais.

A SIC produz hoje, semanalmente, mais de 60 horas de programação inteiramente concebida e apresentada no Estado, tendo como principal personagem o cidadão de Rondônia.

Além de realizar programação ao vivo na  de Porto Velho e distribuída via satélite para todo o estado, o interior também tem seus núcleos de produção. Para isso, mantém programação própria na faixa do meio dia, nas cidades de Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Pimenta Bueno.

O jornalismo da SIC TV/Record já consagrado no estado por sua competência, amplitude e credibilidade, possui a maior equipe de profissionais do Estado. São repórteres e cinegrafistas permanentemente focados na participação dos jornais da rede. Estão baseados nas praças de Ji-Paraná, Cacoal, Ariquemes, Jaru, Pimenta Bueno e Rolim de Moura, cada um com a responsabilidade de cobrir sua região. Além disso, conta com a cobertura de Alexandre Badra direto da sucursal de Brasília.

Outro destaque da SIC TV é o pioneirismo na geração do sinal digital HD no estado. A emissora levou ao ar em outubro de 2010, durante o debate dos candidatos ao Governo, o primeiro sinal digital do Estado, seguido dias depois pela Record News Rondônia, outra emissora pertencente ao Sistema Imagem de Comunicação. Só dois anos depois é que as co-irmãs concorrentes começaram a seguir os passos das emissoras pioneiras.

A marca do pioneirismo da SIC TV também chegou ao interior do Estado. Em 3 de março de 2013, o município de Pimenta Bueno, onde se encontra a estação geradora do grupo , foi contemplado com a primeira emissora do interior de Rondônia a gerar sinal digital.

OS REPÓRTERES
Renata Beccária

Elaine Santos

Meiry Santos

Sáimon Rio

Eduardo Kopanakis

Anayr Celina

Larissa Vieira

Pedro Silva

Suelen Celestino

Paulo Besse

Giselle Virgilio (Jaru)

Jana Motta (Ariquemes)

Beatriz Mendes (Ji-Paraná)

(Cacoal)

(Cacoal)

"A Vala" (Canal Rio Candeias-Madeira)



Este canal artificial que liga o Rio Candeias ao Rio Madeira é conhecido como "A Vala". Está localizado no município de Porto Velho, próximo ao centro da "Agrovila Aliança" distante cerca de 50 quilômetros da Sede do Município.

Teria sido construído em 1910 ou 1912 por um seringalista, a fim de facilitar o escoamento de borracha para o Rio Amazonas e assim alcançar o Oceano Atlântico.

LOCALIZAÇÃO
O acesso se dá pela "Estrada da Penal" ou "28 de Novembro". Basta seguir direto passando pelo complexo carcerário de Porto Velho. Depois de vários quilômetros você vai passar por placas indicativas do acesso à BR364 (anel viário) e do acesso ao porto Amaggi. Quando chegar num barzinho; o Barzinho do Cabeça Branca (hoje Cabeça Amarela segundo o próprio - por causa da poeira), basta seguir em frente, no sentido contrário ao Porto Bertolini (que acesso ao Cujubim Grande). Seguindo direto por mais alguns quilômetros chegará na Escola Municipal Chiquilito Erse, logo adiante, perto da escola, é só virar à esquerda e seguir por 8 km até chegar na ponte de madeira sobre o cavaleiro; a vala.



MATÉRIA PUBLICADA NO SITE NEWSRONDÔNIA
O sentindo de alargar fronteiras, vai além de um todo, no que tange apenas a ampliação dos limites do Brasil amazônida. O poder dos seringalistas e os braços dos seringueiros, também conhecidos como “soldados da borracha”, possibilitaram façanhas conhecidas e desconhecidas em meio à floresta. Imaginar que nordestinos fugindo da seca do agreste, e migrando para a Amazônia com um bioma e geografia diferenciada, puderam abri um canal de um quilometro e meio em Rondônia, praticamente um novo rio, ligando assim os Rios Candeias e Madeira, isso sim é algo fantástico, vai além de alargar fronteiras. A vala ou furo do Rio Candeias, é até então pouco conhecido em história por quem vive em Rondônia.

Percorremos o trecho em questão, navegando pelo canal, e percebemos a grandeza de tal obra, podendo imaginar as dificuldades da época para sua construção. Segundo o historiador da Universidade Federal de Rondônia, Dante Fosenca, estima-se que a obra tenha sido concluída em meados de 1910 ou 1912, e que o dono da ideia, seria de um engenheiro português chamado de Dr. Martins. Acredita-se que o mesmo tinha grau de parentesco com o fundador da cidade de Humaitá no Amazonas, o Comendador Monteiro, que possuía seringais as margens do Rio Madeira.

Segundo relatos, o dr Martins era proprietário do seringal Aliança em Cadeias do Jamari, e perdia considerável tempo no transporte de pelas de borracha pelo rio que dava nome a região, pois, por este se seguia até o encontro do rio Madeira.

Para os seringalistas, evidentemente tempo era dinheiro, por isso, para evitar prejuízos e  agilizar o transporte da borracha, dr Martins teria encontrado um ponto de proximidade entre os rios, e a partir desse paralelo teria traçado um caminho, somado ao desafio de desmatar o local em um trecho de 1,5 km, abrindo uma vala em uma região onde 80% do solo era argiloso. Não deve ter sido tarefa fácil, até por que não era de muita utilidade a dinamite, artefato comum nesses tipos de trabalho. Por isso, a maior parte do serviço foi feito pelos braços dos valorosos seringueiros que com pás, picaretas, inchadas, serras e machados; abririam a floresta e cavariam um canal por onde seria possível navegar com regatões e pequenas embarcações. Estas transportariam o ouro branco, a borracha, diminuindo distancias geográficas, dessa forma o homem da floresta era convidado diariamente a desafiar as adversidades em Rondônia, cavando um novo rio, um canal, uma vala.

Quando visitamos a região, nos deparamos com antiga sede do seringal que agora seria denominado de Nova Aliança, a beira do Rio Madeira e próximo ao furo ou vala do senhor Martins. Lá encontramos um antigo casarão em ruínas datado de 1911. De impressionante arquitetura no estilo português com telhas francesas datadas de 1910. Ainda é possível encontrar parte do piso original na varanda da edificação e também o papel de parede da época na parte interna do casario. Próximo ao local, nos surpreendemos, com uma escola em ruínas com quatro salas de aula, o que é difícil, de se imaginar em um seringal. Onde a maioria dos coronéis e seringalistas, preferiam trabalhadores não instruídos para assim facilitar o sistema de barracão e aviamento, comum nesse tipo de economia, onde o soldado da borracha era explorado. Sabe-se que a esposa do dr Martins era professora, e em meio a sede do seringal sem ter o que fazer no dia-dia, teria insistido ao marido, a necessidade da construção de uma escola onde ela pudesse lecionar e se sentir útil.

A produção de borracha foi uma atividade que proporcionou ao governo brasileiro, a oportunidade ocupacional, a organização política administrativa da região, usando apenas os recursos naturais que a floresta oferecia. Os rios serviam aos exploradores como estradas por onde os recursos naturais saíam, transportados para grandes centros comerciais. O homem nordestino representou para o governo, a força de trabalho, a mão-de-obra empregada para extrair as riquezas. Após a exaustão da produção do látex a mão-de-obra foi descartada e os seringueiros foram esquecidos, abandonados no meio da floresta, e aí permaneceram, viveram e envelheceram. Mas, sua história sempre será evidenciada, no intuito de lançar luzes sobre o legado de um povo, que com braços fortes encarou a floresta e construiu uma linda história.

Aleks Palitot
Historiador reconhecido pelo MEC pela portaria n° 387/87
Diploma n° 483/2007, Livro 001, Folha 098






VÍDEO DO RIO MADEIRA EM ALIANÇA - PORTO VELHO

MAIS FOTOS





Natureza cresce e toma conta do que sobrou da EFMM em Porto Velho


Diante do abandono a natureza cresce e toma conta de inúmeras locomotivas, vagões e maquinários da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, construída de 1907 a 1912.